30 de novembro de 2014

Luz, câmera, Homem-Aranha, ação e... Noir?



Olá, cerejinhas. Cerejinhas malditas se vocês forem fãs do Stephen King, ou cerejinhas malditas do espaço se forem fãs de Lovecraft. É com entusiasmo que entro para a equipe desse lindo blog. A partir de hoje, todo domingo teremos atualizações sobre HQs, aqui no Opera Comics. Atualizações nem sempre tão atuais, para falar a verdade, pois muitas vezes iremos voltar aos tempos dourados dos heróis.

Se você está aqui, é porque veio ler sobre HQ, e não sobre mim, então vamos lá. Para a primeira matéria dessa categoria, eu poderia ter escolhido alguma obra consagrada. Sandman, Watchmen, 100 balas... mas não. Obviamente que iremos falar sobre tudo isso mais para frente, porém decidi buscar algo menos saturado na mídia, mas não menos famoso.

                                                               Homem Aranha Noir


Porém, antes de esmiuçarmos esse belo universo (eu acredito que a Marvel acertou em cheio), vamos a algumas explicações.

O que é Noir?

Primeiramente, peço aos cinéfilos que não torçam o nariz para minha explicação tão escassa e curta sobre isso (Mas podem cobrar para quem cuida da coluna de filmes). Provavelmente, vocês já devem ter ouvido essa expressão, e obviamente o que vem à mente é algo antigo, meio dramático.
Pois bem, é exatamente isso.

O termo Noir (lê-se No Ar, pelo amor, não faça como eu que na primeira vez que li, pronunciei Nóir. Sinceramente, prefiro a minha versão) foi criado por um crítico para “categorizar” um filme. Noir não significa um gênero, mas sim uma mistura bem feita entre o visual escuro, alguma investigação policial, e uma sociedade mais frágil e desesperada. Homem-Aranha Noir preenche todos esses requisitos.

Mas o que esse Peter Parker tem que os outros aracnídeos de universos alternativos não tem?

Primeiramente, vamos falar das entidades cósmicas por trás desse universo. Temos dois escritores para a trama. David Hine e Fabrice Sapolsky. David Hine é conhecido por ser o roteirista de X-men: The 198 e por Guerra Civil: X-men (Sim, tem algo a ver com a famosa série de HQs que irá virar filme). O desenhista é Carmine di Giandomenico, responsável pela arte de Magneto: Testamento, All-New X-Factor e O Justiceiro: War Zone. Por crítica pública, ele não é o melhor desenhista todavia em Aranha Noir ele conseguiu algo quase bacana.

A história se passa em 1933, durante a Grande Depressão. Um período de altas taxas de desemprego, quedas enormes do Produto Interno Bruto de vários países e outros manjares. Em uma época assim, a população precisava de alguém com coragem. Alguém com voz audível, pulso firme que pudesse guiar aquele rebanho de ovelhas pobres. Que não tivesse medo de subir em cima de um caixote e discursar para uma multidão, e ainda de brinde, ter que enfrentar cara a cara os grandões corruptos. E quem seria a melhor pessoa para isso?
Não, não é o Homem-Aranha.



Tia May é essa pessoa. Uma leve diferença da May habitual. Ela e o tio Ben são as vozes do povo. E é claro que esses discursos socialistas despertariam a raiva de pessoas poderosas, sem escrúpulos e que têm rituais de tortura a la máfia italiana. Ninguém mais, ninguém menos que Norman Osborn. Mas como colocaram-no aí se na década de 30 não tinha a tecnologia necessária para que o Duende Verde fosse criado?

É nesse ponto que entra a inovação. Os escritores conseguiram adaptar os personagens para aquela situação. A história é basicamente a mesma, os valores dos personagens também são os mesmos, mas a forma como são abordados, isso sim é diferente. E talvez por isso apenas, já valha a pena dar uma lida.



Temos um Peter Parker que é um aprendiz de fotógrafo, assim consegue finalmente enxergar a realidade em que vive. E que improvisa uma fantasia usando o uniforme de veterano do tio, botas negras, óculos de aviador e pistolas. Soltando seda líquida pelos pulsos.


Mas se você está procurando uma ação desenfreada que te faça prender-se na cadeira e pulsar o coração a cada página, algo ao estilo de Michael Bay ou Zack Snyder, pode ir parando por aí. A história se desenrola de maneira lenta e bem centrada. Deveras, a minissérie tem apenas quatro edições. Mas a história foi bem contada do começo ao fim. Se você é fã do Aranha, leia. Se for fã de ação, procure alguma versão aracnídea do futuro.


Agora vamos ao SAL (Serviço de Atendimento ao Leitor). Gostaram? Críticas? Dúvidas? Estou aberto a todo tipo de opinião, para poder sempre melhorar a qualidade – já bem alta – do blog. Saibam que ficarei alternando as semanas junto com Monique Santos, então sinceramente não sei o que vem na semana que vem. Mas e na minha próxima postagem? Sugestão de matérias? Deixem nos comentários.
Dito isso, deixo-vos uma imagem bônus da sempre magnífica Felicia Hardy.


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