7 de dezembro de 2013

Ouro, prata, fogo, terra, megabytes, lua cheia e Felipe Castilho

Novembro e Dezembro chegaram para abalar meu coração de leitura. Um monte de promoções me fizeram acumular mais livros do que eu possa ler simultaneamente e isso fez com que... eu comprasse ainda mais livros. Alguns eu já estava namorando faz tempo, como a coleção de George R. R. Martin, que consegui comprar por R$ 14,90 (!!!) cada livro. Outros eu simplesmente precisava terminar a saga, como Maze Runner, do James Dashner. E alguns amigos tanto me indicaram, tanto falaram, que eu também precisei comprar O Legado Folclórico (ou melhor, meu pai precisou comprar, porque nunca tenho dinheiro. Te amo, pai). Muitos (ainda) não sabem sobre o que se trata, porque é uma série relativamente nova, mas já tem sua continuação e os fãs estão aguardando pelo terceiro livro. Sem contar que eu tenho o autor no Facebook, né? Fiquei me achando por isso. 

Fato é que o Felipe Castilho é uma pessoa muito (paciente, por me aguentar enchendo o saco dele...) simpática e aceitou dar uma entrevista (!!!) aqui para o blog. Ele foi muito legal comigo, me chamou de (abre aspas) "Srta. Ana Anita Helena Scheller Xuxa Meneghel Slytherin" (fecha aspas), e tirou algumas das minhas dúvidas e, tenho certeza, dos outros leitores também. Então abaixo segue a entrevista com o Felipe e mais algumas informações básicas sobre a série dele. <3


O livro é publicado pela Editora Gutenberg, e esse book trailer ficou fofíssimo, né não? Mas se você quiser saber ainda mais sobre ele, a sinopse explica...

"Transitando entre uma renovada mitologia nacional e a atmosfera geek que envolve o nosso cotidiano, “Ouro, Fogo & Megabytes” é o primeiro livro da coleção O Legado Folclórico, do paulistano Felipe Castilho. Anderson Coelho é um garoto do interior que vive a maior do tempo no mundo virtual de Battle of Asgorath (ou simplesmente BoA), um MMORPG medieval que é a sensação do momento. No ranking geral dos jogadores ele é o segundo colocado, atrás apenas de Esmagossauro, um misterioso e impiedoso player. Porém, a habilidade nos games nunca facilitou a sua vida escolar. Após uma desastrosa aula de Educação Física, Anderson ganha uma suspensão e não sabe como explicar o ocorrido aos pais. Eis que um estranho surge em sua cozinha, convencendo seus pais a liberarem-no para uma viagem a São Paulo, o que vem bem a calhar. A Partir disso, Anderson se vê envolvido em uma perigosa trama envolvendo uma ONG e uma corporação interessada em recursos naturais (e lucro) a qualquer custo. Wagner Rios, carismático dono da empresa Rio Dourado, sequestrou a última criatura de uma antiga espécie de elementais – a Mãe D’Ouro. O problema é que além de Anderson e seus novos amigos, outra criatura está vindo salvar a elemental. Ela é grande, é de fogo, e não está nada feliz… Repleto de aventura, espionagem, linhas de programação, vírus, cucas, sacis e capelobos, “Ouro, Fogo & Megabytes” mudará a forma em que você enxergava o folclore nacional." (sinopse achada no site Nerdvision)

Ok, ok, chega de enrolação, lá vai a entrevista. Muito obrigada, Felipe, por me responder, por ser simpático comigo e por me fazer rir em vários pontos de suas respostas. Admito que literatura brasileira nunca foi o meu forte, poucos autores daqui que realmente chamaram minha atenção e tchanan! Você foi um deles. Então obrigada por toda e qualquer coisa.

Desenho que eu achei lá no
Quotidianos.com.br. Oi, Felipe!
1) Todo mundo sabe que escrever para adolescentes está se tornando cada vez mais um desafio. O que você acha sobre isso? Seus leitores são exigentes? 
F.C.: Acho que isso é ótimo, de verdade. Leitores mais exigentes criam escritores mais dedicados. Redes sociais estreitaram os laços entre leitores e criadores, e isso também é algo que influenciou toda essa "exigência". Acho que é um direito do leitor não querer ser feito de bobo e cobrar histórias melhores. Meus leitores costumam mandar e-mail me ameaçando de morte caso eu mate personagens X, Y e Z, então acho que isso responde a pergunta, hahaha...

 2) O Legado Folclórico trata de um tema bastante criativo. Como você teve a ideia de escrever a série?
F.C.: Desde que eu comecei a escrever com intenções malignas, eu imaginava alguma releitura com as lendas daqui, que sempre foram muito simplificadas para o grande público. Só achei que era a hora de tratá-las com mais valor, colocar mais perigo e mais imponência nessas criaturas.

 3) É verdade que você tem mais livros publicados além da série? Quais são eles?
F.C.: Eu participei de algumas coletâneas de contos por aí. Entre elas tem a "Alterego", a "Erótica Fantástica", a "Terra Morta - Relatos de sobrevivência" que vai sair agora e uma que deve estar no forno, a Mitos Modernos, onde eu conto a origem e um pouco da infância do Chris. É uma história solo dele chamada A Inexistência do Inferno. Nome fofo.

 4) Falando um pouco da sua vida pessoal... (se não se importar! hahaha) Você faz alguma coisa além de escrever? 
F.C.: Sim, eu costumo fazer cosplay de Pac Man e correr atrás de pessoas dentro de lojas de departamentos e supermercados gritando WAKKAWAKKAWAKKA. Mas além disso, hoje em dia eu também trabalho no editorial da Editora Gutenberg, avaliando, editando e buscando títulos gringos. O que significa que eu só não vejo livros enquanto tomo banho.

(Fiquei uns dois minutos imaginando um Pac Man correndo atrás das pessoas em um supermercado, morrendo de rir. Sério.) - Anita

 5) Muitos adolescentes entram em livros e se imaginam como o personagem principal. Você também é assim ao ler um livro? 
F.C.: Acho que o bom personagem (o bem-feito, no caso. Não o bom de "bonzinho", necessariamente) sempre faz com que você se imagine no lugar dele. Não é só adolescente, não!

 6) Que tipo de livros você gosta de ler? É fã de algum(ns) em específico? 
F.C.: Eu leio quase todo tipo de tudo. Sou fã de tanta coisa que às vezes acho que gosto de tudo e que não tenho senso crítico nenhum, mas vamos lá: amo quadrinhos, tanto de heróis (Marvel, de preferência) quanto graphic novels adultas e clássicas. Gosto de fantasia em geral, de Diana Wynne Jones à Neil Gaiman, dos bons e velhos livros do Stephen King e Ficção Científica em geral. Nos livros mais atuais destinados para o público "jovem", ando bem empolgado com o trabalho do Cory Doctorow (Pequeno Irmão, Cinema Pirata, entre outros) e com o Andrew Smith, que está sendo descoberto aqui no Brasil agora, e em 2014 vai arrebentar com pelo menos três bons livros.

 7) Que conselho você daria para jovens escritores que querem publicar seus livros futuramente?
F.C: Paciência pra esperar, e humildade pra ouvir quem sabe mais do que você. Acho que com essas duas coisas na cabeça, dificilmente você se decepcionará ou enfiará os pés pelas mãos. Escutar é importante, mais do que falar. Eu fiquei por muito tempo admirando os escritores da onda anterior à minha, vendo quem sempre se manteve com boas atitudes, e ao mesmo tempo usando os arrogantes e falastrões como exemplos... Exemplos de como não ser, claro. Na parte técnica da questão, nunca pare de ler. Leia de tudo para enriquecer seu vocabulário, tente entender a sociedade que você vive sem a ajuda de veículos de comunicação tendenciosos (eu sei que e maioria é) e busque aprender sempre. Tudo o que você estuda, até como fazer uma boa massa de empadas, pode te ajudar em uma história futuramente.

6 comentários:

  1. Interessante. Acabou de ganhar outra pessoa pra comprar os livros e ameaçar por e-mail. Ainda mais por se tratar de uma história que envolve MMORPG medieval.

    Parabéns, mana. <333

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    1. Leia, leia, leia, mana! Eu estou apaixonada pela série, sério <3

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  2. O Felipe é uma figura super simpática e criativa, o autor mais divertido que tenho no Facebook. Minha filha ama os dois livros dele e espera ansiosamente pelo terceiro, até briga comigo porque eu ainda não comecei a ler a série pra comentar com ela rsrsrs...
    Beijos... Elis Culceag. * Arquivo Passional *

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    1. haha acho que você devia acatar aos pedidos da sua filha, hein, Elis! E tem razão, eu adoro ler as coisas que ele escreve ISAISHAHS
      Grande beijo!

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  3. O Legado Folclórico foi a melhor saga do ano para mim. Conheci na Bienal, gostei da capa do segundo livro e descobri que tinha o primeiro e que o autor estava ali... nossa! Foi perfeito! Devorei os dois livros rapidamente e já estou na ânsia de ler o terceiro! (e espero que ainda muito mais livros!)

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    1. Nossa, nossa, nossa, quase morri quando li "o autor estava ali"! Poooooxa! Eu também espero que tenha mais, muito mais hahaha <3

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